O Romantismo

Trabalho realizado pela aluna Sara Veríssimo do 11.º G, com a orientação do prof. José João Sousa, no âmbito da disciplina de História A – Módulo 5 – Unidade 5.

O Romantismo é antes de mais uma corrente literária e artística. Manifestou-se na Alemanha e na Inglaterra já no século XVIII e mais tarde em França e nos países escandinavos. Ainda mais retardado foi o Romantismo espanhol e o português, onde os cortes definitivos com o neoclassicismo só ocorreram perto de meados do século XIX, protagonizados por Larra e Garrett, respectivamente. Por isso, também na data da sua implantação em cada país não encontramos homogeneidade. Esta diferença cronológica favoreceu um jogo de influências. Assiste-se à presença dos romantismos alemão e inglês na Rússia (Pushkin imita Byron) e ao facto de a França também se ter aberto ao estrangeiro. Pode-se falar de precursores do Romantismo (Goethe, Chateaubriand, Ossian, Rousseau e o Sturm und Drang) e de sobrevivências para lá do movimento, que assinalam já um período de decadentismo e de inflexão. Organizaram-se em grupos, reuniam-se nos salões ou nos cenáculos e divulgavam as suas ideias ou defendiam as suas teorias através de jornais e revistas próprios.

Almeida Garrett (1799-1854), escritor romântico português

O Romantismo alemão tendia para o universalismo. Preocuparam-se com as questões linguísticas, o que originou a publicação de um dicionário histórico da língua alemã da autoria dos irmãos Grimm, e com a preservação do folclore e a recolha de contos para crianças e de lendas alemãs. Trespassa pelos textos de História alemã a noção de Volksgeist, ou seja, a alma do povo ou o génio nacional.

A Itália adopta o Romantismo aliando-o à ideia de patriotismo. Era dever dos intelectuais educar o povo e transmitir o amor à pátria. A consciência nacional nos países escandinavos teve uma importância muito grande. As literaturas dinamarquesa, sueca, norueguesa, islandesa e finlandesa definiram-se e diferenciaram-se. A Rússia descobriu a literatura moderna através do legado de dois grandes escritores: Pushkin e Lermontov.

O Romantismo ultrapassa a simples oposição à estética clássica, constituiu também um artifício de fuga à falsa liberdade e ao conservadorismo redutor das novas ambições. Denomina-se de “geração das ilusões perdidas” e de “escola do desencanto”, mas persegue o ideal de que a vida pode ser mudada. Esta nova forma de sentir, por oposição à regra e à harmonia, faz evidenciar o sentimento, os estados de alma difusos e as cenas nocturnas e mórbidas (é frequente a alusão aos cemitérios, às trevas e aos locais em ruínas, quer na literatura, quer nas artes plásticas). Decorrente das tomadas de posição apaixonadas dos que sentiram o momento revolucionário, o sublime substituiu a razão; o génio e a livre expressão do eu passaram a fazer parte das mentalidades. Para escapar a situações de opressão social com as quais não concordam e pela impossibilidade de mudar a vida, os românticos escolhem o exílio ou a viagem prolongada. Nestas deslocações procuram grandes espaços e são frequentes nas suas obras as evocações a oceanos, desertos e florestas; as paisagens tornam-se estados de alma. Muitas vezes o romântico sente-se marginalizado e assume-se como o incompreendido, o poeta mártir.

John Keats (1795-1821), poeta romântico inglês

Associado ao Romantismo está o propósito de conquista de identidade, quer individual, quer nacional. Porque os direitos do indivíduo têm como base o conhecimento da língua e das origens históricas, o Romantismo favoreceu a reabilitação da literatura antiga e das tradições populares. Transparece do Romantismo a intenção de recuperar as tradições cavaleirescas onde se faz o culto do herói e onde é recorrente a ideia de uma gloriosa Idade Média, sobretudo a do período gótico. No entanto, esta predilecção pela Idade Média não excluía o gosto pela Antiguidade greco-romana (Keats) e a inclusão de assuntos contemporâneos (a luta do povo grego face à opressão dos turcos).

Bibliografia:

Do Romantismo ao Positivismo. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011. Disponível em: http://www.infopedia.pt/$do-romantismo-ao-positivismo>. [Acedido em 02/05/2011].

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