A emancipação feminina

Na década de 20, o feminismo assume contornos diversos, muito influenciado pela Primeira Guerra Mundial. As mulheres, particularmente as das classes médias e alta (mais instruídas e, por isso, mais permeáveis à mudança), ocupam os lugares deixados vagos pelos homens, que partem para a guerra, e descobrem um novo mundo de liberdade e de oportunidades. Podiam ser vistas a trabalhar em quase todos os setores da atividade económica e social, desde os trabalhos pesados nas fábricas até à gestão e direção de empresas. Terminado o conflito, não querem retornar à dependência económica, ou seja, à menorização social anterior.

 O movimento feminista organizado remonta ao século XIX quando as mulheres reivindicavam direitos jurídicos iguais aos homens (gestão do património, valorização do trabalho, direito à educação).

No início do séc. XX, reivindicam o direito de participação na vida política (direito de voto). São as sufragistas que, sobretudo, na Grã-Bretanha desenvolvem uma intensa campanha pelo voto. Neste movimento, tornaram-se célebres duas sufragistas inglesas:

Emmeline Pankhurst, que, entre 1908 e 1914, foi presa e libertada várias vezes por se ter manifestado, em todas as ocasiões possíveis, pela obtenção do direito de voto;

Emily Davison, que, em 1913, durante uma corrida de cavalos, se lançou para a frente do cavalo do rei, vindo a morrer alguns dias depois.

 

Em 1918, as mulheres inglesas com mais de 30 anos obtinham finalmente o direito de voto. Só 10 anos mais tarde esse direito seria concedido a todas as inglesas com mais de 21 anos.

Os movimentos feministas também se fizeram sentir em Portugal. Em1909, fundou-se a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, dirigidas por Ana de Castro Osório, Adelaide Cabete, Maria Veleda e outras. A Liga lutava pela igualdade entre os direitos do marido e os direitos da mulher, igualdade de direitos perante a lei e estabelecimento do divórcio, além de todo um programa de educação para o sexo feminino. Proclamada a República, a Liga lutou também pela concessão do direito de voto às mulheres. Outro grupo saído da Liga, a Associação de Propaganda Feminista, continuou o combate nos primeiros tempos da República, destacando-se o papel de mulheres como Carolina Michaelis de Vasconcelos (professora universitária e autora de vasta obra sobre literatura portuguesa) e Carolina Beatriz Ângelo (médica e primeira cirurgiã foi a primeira portuguesa a votar).

 A emancipação da mulher também teve reflexos no traje e na moda. A bainha das saias subiu até aos joelhos; as saias passaram a ser justas (travadas); os soutiens substituíram os espartilhos e o corte de cabelo curto (com ondulação permanente e penteado “à garçonne) vulgarizou-se.

 

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15 respostas a A emancipação feminina

  1. Mónica diz:

    Gostaria de ver se, hoje em dia, nós continuaríamos a ter a mesma vitalidade, força de vontade e determinação que em tempos essas mulheres tiveram. Se mostrássemos todo este empenho em mudar algo, tal como elas o fizeram, talvez conseguíssemos alterar a situação do país eheh

    • Mónica,
      De facto, a luta pela participação na vida cívica e por uma igualdade jurídica entre os sexos só foi possível graças ao contributo de mulheres muito determinadas, enérgicas e cultas. Porém, considero que, ainda hoje, sem precisar de usar métodos tão radicais, as mulheres continuam solidárias e empenhadas nessa e noutras lutas (preconceito, violência, discriminação). Recordemos que, mesmo em países como Portugal, as mulheres em muitas áreas de atividade profissional recebem menos do que os homens por igual trabalho. A mudança de mentalidades é um longo caminho a percorrer…

      Quanto à situação do país, bem … o esforço terá de ser de TODOS! 😉

  2. marina diz:

    MUITO BOM GOSTEI E ACHEI BEM INTERESSANDE O VIDEO MESMO NAO EXPLICANDO O SERTO SOBRE A DECADA DE 20

  3. Jose carlos diz:

    os homens sao os melhores

    • Ninguém é melhor q ninguém, no final o pobre, o rico, o homem, a mulher, o preto, o branco, o gordo, o magro, o viado, a sapatona, o velho, o jovem, o adulto, a criança, o patrão, o empregado, o senhor, o escravo, o gigante, o anão, o bonito, o feio, todo mundo acaba embaixo da terra sendo comido pelos vermes do mesmo jeito. Nem os homens são melhores q as mulheres, nem as mulheres são melhores que os homens. Um não seria sem o outro. Ora, pq mulher seria chamada assim se não houvesse o oposto? E o homem? Tudo depende do seu oposto, até a sombra não existe sem luz.

      • Brunekas diz:

        Adoro a tua resposta… temos de compreender todos o que somos, e aceitar como somos… talvez o mundo seja melhor, todos nós temos as qualidades e os defeitos, e não é por um ser melhor numa coisa (e nós não) nós temos de demonstrar o contrário, ou seja, que somos maus nisso, mas temos sempre alguma coisa em que somos bons…e como cada um tem as suas caraterísticas (boas ou más) … todos nós deveríamos sentirmos honrados por ser quem somos e não por aquilo que temos 🙂 ; já que cada um vive a vida de forma diferente e é nessa forma que viveremos melhor. !

    • B.P. diz:

      nunca … ou melhor.. vai sonhando que é bom !!! 🙂

    • LIBERDADE diz:

      José Carlos;

      Enfim, não percebo como pensa assim! Ninguém é melhor que ninguém, todos temos qualidades e defeitos.
      O senhor foi muito machista ao publicar esse comentário!
      E desculpe os homens, os melhores? VAI SONHANDO!! 😀

  4. ester diz:

    não achei minha resposta que chato

  5. marcilene nonato diz:

    de que forma o principio da liberdade e os direitos humanos permitiram a emancipação da mulher?

  6. Pingback: Por que lutar pelo empoderamento feminino? – Verbo Mulher

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